domingo, 24 de maio de 2015

A Árvore Sagrada



A Árvore Sagrada


Alguns povos da antiguidade acreditavam que o ser humano compartilhava da mesma essência espiritual com as árvores, pedras e animais. E que todos os elementos existentes na natureza haviam sido criados por único princípio. Da vontade deste princípio é que surgiram plantas, pedras, rios, mares, animais e todos os seres manifestados em nosso universo existencial possuindo, assim, a mesma grandeza da alma humana, fagulha da manifestação divina.
Toda forma de vida existente é expressão da vontade divina, possuindo funções específicas na organização cósmica.
Em vários mitos de diferentes povos, encontramos a árvore como símbolo da sabedoria divina; sob sua sombra encontramos a figura de Buda, Cristo e do homem que medita buscando a iluminação. Foi pendurado por nove dias numa árvore que Odin conquistou a visão atemporal (passado, presente e futuro).
Considerando os três planos em que se divide (raiz, tronco e folhagem), encontraremos a representação da lei do triângulo, base de toda manifestação cósmica. Suas raízes plantadas na terra, absorvem a energia yin (negativa) deste elemento; as folhas, através de suas extremidades, absorvem a energia yang (positiva) do ar, sendo o seu todo a representação da energia criativa, manifestada através da árvore em sua inteireza.
A primeira ponta seria a raiz, a segunda as folhas, e a terceira – a fechar o triângulo – o tronco e os galhos. Psicologicamente essas três partes simbolizam o id, o ego e o superego. No simbolismo místico de vários povos, sua evolução e crescimento se assemelham ao do homem (nascimento, vida, morte e ressurreição). A árvore mãe lança sua semente no seio da terra (útero materno) e como um feto humano, a pequena semente irá se desenvolver até que esteja pronta para o seu nascimento. Tanto para a criança quanto para a planta, este é o momento de sair do útero para uma nova experiência da vida, é o momento de sentir que a vida lhe pertence, de sentir a gravidade, o frio, o calor, a luminosidade vivificante do dia e o escuro repousante da noite. Conforme a arvorezinha cresce, aumentam suas experiências. Tal como a criança que começa a moldar sua personalidade revelando traços de caráter, a árvore também já apresenta suas características próprias. O desenvolvimento do menino em homem, dono e consciente de si, é o que lhe possibilita viver plenamente, de forma construtiva e harmônica com as leis cósmicas. O mesmo acontece com a árvore em sua maioridade, contribuindo para o equilíbrio ecológico, com sua sombra, frutos e tudo o que produz, promovendo o nascimento e o ressurgimento de novas vidas.

Elias Luiz Bispo IV

(Este texto foi revisado e atualizado segundo a Nova Norma Brasileira Gramatical e extraído da revista “Merc News ABC” de fevereiro de 1998 e baseado no livro “Tarô Símbolos Sagrados do Inconsciente” do mesmo autor da editora Tríade).

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